No capítulo 3 de Mateus, encontramos um grande personagem: João Batista. Seus feitos e sua ousadia são marcantes. Atreveu-se a chamar os religiosos de “raça de víbora”.
Ensinou-os, ou pelo menos tentou ensinar, sobre a necessidade de produzirem frutos de arrependimento. Não bastava se batizar era preciso se arrepender. Banho ritual não era novidade na religiosidade da época.
Tudo isso é muito impactante. Um grande homem, homem de Deus, gritando contra a religiosidade hipócrita e rebelde da época.
Entretanto, há mais coisas impactantes neste capítulo. O filho do carpinteiro se aproxima e quer ser batizado. Com essa atitude, subverte a lógica do coração de João. “Eu é que preciso ser batizado por ti…”
Mesmo subvertendo a ordem interna do João, Jesus o reconhece como autoridade naquele assunto.
Talvez hoje, os religiosos rebeldes ficariam felizes. “Eu batizei o filho de Deus” e poderiam arrematar: “afinal de contas, ele reconheceu quem deu início a esta obra”.
Raça de víboras!
No lugar de se envaidecer, ele se humilha quando ensina: “aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo”.
Ele batiza Jesus e o Pai faz descer sobre o filho uma pomba, dizendo “este é meu filho amado, em quem tenho prazer”
O Filho amado, Senhor do João, e de toda a terra, não recebe nenhuma pompa na sua iniciação. Para o Senhor da humildade, batizado pelo servo da humildade, uma pomba e uma palavra de confirmação da paternidade são suficientes.
Jesus sai daquele Rio, certo de que sua missão não seria fácil. Vai para o deserto para ser tentado e para vencer as tentações.
A humildade do batizador e do batizado é impactante, muito mais que todas as honras que um ou outro pudesse requerer.
Humildade é a palavra. Raça de víboras jamais saberão o que é isso.
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