PLANO DE AULA
Curso de extensão: Narrativas mitológicas na Bíblia Hebraica
Aula 01/10 – Introdução à Mitologia de Gênesis
Unidade Curricular: Teologia
Carga Horária: 4 horas
Docente responsável: Ronildo Brites
Objetivos | Conteúdo | Método | Recursos didáticos | Avaliação |
1. Gerais
a. Definir e diferenciar mito de mentira. 2. Específicos a. Diferenciar mito no senso comum e mito como elemento de formação histórico-cultural. b. Compreender os mitos na narrativa bíblica dos primeiros capítulos de Gênesis.
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1. O que é um mito?
a. Mito e história. b. Mito e lugar social. c. Mito da criação d. Adão, Eva e Jardim do Édem como narrativa mitológica da perfeição. |
1. Discussão sobre conteúdo do filme Narradores de Javé.
2. Aula expositiva
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1. Apresentação de filme “Narradores de Javé.
2. Apresentação de texto e/ou Slide |
Dinâmica da descrição da história de vida de um dos alunos, reproduzida por vários representantes da turma. |
Roteiro da aula
Exibição do filme “Narradores de Javé”. – Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Trm-CyihYs8&t=729s
O que é um mito?
Com a mente primitiva, o Homem sente a necessidade de encontrar explicações em uma natureza totalmente desconhecida. Essas explicações recebem a denominação de Mitos. Trata-se de uma narrativa de caráter simbólico relacionada a uma determinada cultura, que procura dar razão aquilo que é desconhecido, explicando a origem de todas as coisas. Nesse sentido, mito não é o mesmo que mentira, como compreende o senso comum.
Mito e história
Antes mesmo de se pensar em codificar a linguagem falada, a história já era contada de geração em geração. Esta forma de contar a história está recheada de narrativas mitológicas, onde o ser humano, cujas mentes primitivas não conseguiam explicar cientificamente, dá razão aos seus questionamentos,.
Mito e lugar social
A construção mítica de qualquer povo, aponta também para seu lugar social. As sociedades, originalmente formadas por pequenos clãs, se estruturaram em sociedades patriarcais, estabelecendo uma construção social, com registros puramente mitológicos. Esta estrutura de formação social está permeada em todo o texto sagrado de Judeus e Cristãos, bem como em outras culturas fundamentadas em suas religiões.
Mito da criação
Quando a narrativa bíblica aponta para a criação do ser Humano, feito pelas mãos de uma divindade suprema, que põe ordem ao caos, ela não está simplesmente criando uma divisão entre criacionismo e evolucionismo. O que de fato está acontecendo na narrativa bíblica, é a única explicação que o ser humano tem para estabelecer as origens de sua existência. O mito da criação aponta não para a ciência, mas para a fé de um povo no Ser a quem creditam suas origens.
Adão, Eva e Jardim do Édem como narrativa mitológica da perfeição.
A redação intencional do texto de Gênesis, sobretudo seus 3 primeiros capítulos, aponta para um retorno a um momento perfeito. É a percepção de quem não vive mais as condições perfeitas de um lugar original, pensando que, se não tivessem chegado onde chegaram, estariam vivendo em seu lugar social original: o Paraíso.
O ser humano conta de geração em geração os feitos de seus antepassados, até que chega a um momento histórico onde sente a necessidade de registrar esses feitos.
Desta forma, a redação das narrativas bíblicas da criação do mundo, dos primeiros habitantes é um trabalho intencional, com a perspectiva de enaltecer os feitos de um determinado povo.
Narrativas bíblicas e Narradores de Javé.
A história do filme “Os narradores de Javé” se desenvolve sob a premissa dos mitos fundadores e da formação de identidades culturais. Há conflitos de versões, que derruba a possibilidade de uma verdade absoluta, mostrando como os povos criam suas imagens e mitos sem o compromisso rigoroso com a ciência e a objetividade.
“Uma coisa é o fato acontecido, outra coisa é o fato escrito. O acontecido tem que ser melhorado no escrito de forma melhor, para que o povo creia no acontecido” Antonio Biá – Narradores de Javé.
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