A relação do sacerdócio religioso com a abordagem Humanista da Psicologia no Conceito de Carl Rogers.

A formação teológica, seja no âmbito de um centro universitário, onde não se confessa nenhum tipo de fé, ou em algum seminário confessional, é na maioria dos casos, o caminho utilizado por muitos que se sentem vocacionados ao sacerdócio religioso.

No que se refere ao instrumental teórico oferecido pelos cursos de Teologia, encontramos a Psicologia como uma disciplina fundamental para a formação futuro teólogo ou sacerdote religioso.

Dentre as abordagens descritas no material didático da disciplina de Psicologia Social, é possível destacar a abordagem Humanista da Psicologia.

Por discordar da ideia de que todo ser humano se desenvolve ancorado em um padrão predeterminado, imposto por uma herança biológica, tal como os animais, a teoria Humanista contribui grandemente para a formação Teológica.

O futuro sacerdote religioso, ao estudar a abordagem Humanista da Psicologia e perceber o ser humano e seu comportamento, não deve compreendê-lo a partir de uma percepção patológica.

Além disso, a abordagem Humanista se enquadra na formação do futuro sacerdote religioso, tendo em vista que não trata o ser humano a partir de abordagens metodológicas instrumentais, que visam verificar o comportamento, sem, contudo, atingir o ser humano naquilo que é mais claro: a sua humanidade.

O sacerdote religioso precisa compreender que os seres humanos têm reações diferentes dos animais. A experiência humana ajuda a construir o seu Self.

A abordagem do Carl Rogers é de extrema importância para o estudante de Teologia, tanto para aquele que almeja o sacerdócio religioso, quanto para aquele que busca somente a formação Teológica.

Nesta abordagem, o sacerdote religioso encontra argumentos que favorecem ao tratamento dos problemas daqueles que serão objetos do seu sacerdócio, a partir das orientações apontadas pelos membros de suas instituições religiosas e não a partir daquilo que ele, como sacerdote, pensa.

O sacerdote religioso deverá, em suas ações sacerdotais, compreender a formação do Self de cada pessoa a quem ele exercerá seu sacerdócio. Ao compreender que o autoconceito está em contínuo processo de formação, a partir das situações vivenciadas pelo ser, o futuro sacerdote religioso terá mecanismos para compreender o comportamento dos membros de sua comunidade de fé. Não deverá o pretendente ao sacerdócio religioso ter uma visão distorcida daqueles a quem ele vai exercer esse sacerdócio, tendo que compreender que cada ser tem uma percepção global de si mesmo, baseada nas suas experiências passadas, vivencias presentes e expectativas futuras. Tal percepção será de grande importância, a fim de não se criar uma generalização do ser humano, respeitando suas individualidades e sua humanidade.

Outro ponto importante a ser observado pelo sacerdote religioso é o que Rogers define como Self ideal. Os indivíduos a quem o sacerdote religioso dispensará seus cuidados, podem apresentar características que gostariam de ter e de dizer que possui e são suas, mesmo que esta não seja a realidade. Compreender essa realidade proporcionará ao sacerdote religioso uma percepção de que o individuo não é anormal por desejar características que não tem, todavia, ele terá que saber identificar quando o processo de se apoderar dessas características se torna algo patológico.

Com a teoria de Rogers de que o cliente é o melhor especialista de si mesmo, o sacerdote religioso deverá ouvir o membro de sua comunidade de fé, estabelecendo um relacionamento de compreensão e aceitação de forma positiva e incondicional.

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