Tem coisas que eu faço, não por gosto, mas por necessidade.
Eu precisava ouvir toda a programação imposta pelo governo federal, que vai ao ar todos os dias das 19:00hs as 20:00hs, para poder emitir alguma opinião.
O nome do programa é “A voz do Brasil”. Já no nome, penso que o programa não representa a realidade do povo brasileiro.
A verdadeira voz do Brasil, jamais esconderia a podridão que envolve, do mais baixo ao mais alto escalão do governo Brasileiro.
A verdadeira voz do Brasil, grita contra uma presidente, que deliberadamente, ao contrário do que disseram seus assessores mentirosos, faz uma escala em Portugal, hospedando toda sua quadrilha no Ritz, o hotel mais caro de Portugal e um dos mais caros do mundo.
Por essa escala, anteriormente programada, a Presidente gastou em sua suíte presidencial, o valor de US$ 4.480 pagos com o dinheiro público. Ela ainda esbravejou contra a imprensa dizendo que pagou o jantar com o dinheiro dela.
A verdadeira voz do Brasil não está interessada em saber como ela pagou o jantar, mas em entender um fato, no mínimo curioso: Aviões que não conseguem fazer um voo direto, fazem escalas técnicas, são reabastecidos e, em sua grande maioria, os passageiros sequer desembarcam.
Durante o programa-propaganda-de-governo, ouvi um político dando a notícia de que a UNESCO declarou que 98% dos jovens brasileiros estão alfabetizados. O que esse senhor esqueceu de dizer é que a mesma UNESCO declarou que o Brasil é o oitavo pais em número de adultos analfabetos.
Neste programa, nos primeiros 25 minutos, eu tive a nítida impressão de que o pais em questão era outro. Pelo programa, não se percebe que há corrupção entre políticos, jogos de poder que fazem da população somente uma moeda de escambo, hospitais que matam mais que salvam vidas, autoridades em geral que, não fazendo a sua parte, contribuem para que o povo brasileiro sofra mais do que deveria.
O nome do programa ficou martelando na minha cabeça, pois não pode ser a voz do Brasil, um programa que é de fato a voz, dos políticos e governantes, e nunca a do Brasil.
Fiquei pensando em um nome que fosse mais adequado a essa babação que é feita a um governo que já deu provas que está mais interessado em investir em Cuba, onde o governo brasileiro financiou, por meio do BNDES, 802 milhões de dólares na primeira fase de Mariel, do que investir nos hospitais federais que estão decadentes e matando pessoas todos os dias, ou, para não sair da mesma esfera de atuação, investir nos portos brasileiros que são tão decadentes quanto os hospitais. E pasmem, Mariel terá ainda financiamento para a sua segunda fase.
Pensei em “Avós do Brasil”, numa referência de que o interesse era atingir um público-alvo, que já não tem mais forças para se rebelar, que já não sai as ruas para protestar, e que já não tem mais esperanças de que algo possa mudar antes que partam dessa para outra vida. Cheguei a conclusão, de que nem no nome de um programa “puxa-saco”, essa parcela da população merece ter qualquer envolvimento com esse tipo de gente, que faz de tudo para que eles terminem suas vidas da pior maneira possível.
O nome que acho mais acertado é “À vós do Brasil”.
Esse sim, cumpre o seu papel. É o governo brasileiro empurrando pelas vossas gargantas, nossas gargantas, nesse caso, ouvidos, todo lixo que eles, os governantes, acreditam ser suas qualidades.
Avós do Brasil, prometo à vós que nunca mais cometerei essa insanidade de ouvir a voz do Brasil, não essa, mascarada, inventada e corrompida que vai ao ar todos os dias.
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