Todos os posts de admin

Inquisição Protestante – O justo pela sua fé matará

É com profunda satisfação que anuncio o relançamento do meu primeiro livroInquisição Protestante – O justo pela sua fé matará.

Esta nova edição nasce de três motivações essenciais: o anseio de leitores que me perguntavam sobre quando eu teria disponível uma versão impressa, a necessidade de corrigir erros de editoração que comprometeram a experiência da edição anterior e, sobretudo, o enriquecimento do conteúdo por meio da colaboração de um renomado professor de teologia.

Ao longo dos anos, a demanda pelo livro tornou-se evidente. Muitos buscavam a versão física desta obra que, até então, permanecia inacessível. Esta nova edição atende a essa expectativa.

A revisão teológica trouxe um novo fôlego à obra, integrando referenciais teóricos que ampliam e aprofundam a análise dos fatos históricos. O livro desafia as narrativas tradicionais sobre Martinho Lutero e sua relação com o protestantismo, abrindo espaço para uma interpretação inovadora e, até então, pouco explorada no ambiente de fé protestante. Este relançamento é, portanto, um convite à reflexão crítica e uma jornada que nos leva a questionar convenções e a olhar para a história sob uma nova luz.

Uma História que se Reinventa

A Opressão Religiosa é uma história que se reinventa, mas nunca muda essencialmente. Nesse sentido, a essência desse texto desmascara opressões que ainda teimam em existir no ambiente de fé protestante. Nas páginas do livro, o leitor encontrará uma análise que ultrapassa a narrativa histórica, adentrando as complexidades de uma trajetória marcada por opressões e transformações, desde o passado, em Lutero e sua controvérsia com Thomas Müntzer, até os dias atuais.

Esta obra foi concebida para dialogar com teólogos, acadêmicos, religiosos e todos aqueles que desejam compreender, de maneira profunda e embasada e, ao mesmo tempo, com linguagem acessível à todos, os desdobramentos de um dos momentos da história da igreja. Ao oferecer uma perspectiva crítica e inovadora, o livro convida o leitor a repensar os paradigmas estabelecidos, despertando um olhar mais apurado sobre os processos que moldaram a fé protestante.

Um Convite ao Diálogo e à Reflexão

Em breve , tanto na versão física quanto na digital, Inquisição Protestante – O justo pela sua fé matará será lançado oficialmente. Prepare-se para mergulhar em debates, participar de lives temáticas e, principalmente, refletir sobre as nuances de um passado que, mesmo revisitado, mantém sua essência.

O conhecimento, quando aliado à crítica e à reflexão, transforma não só nossa compreensão do passado, mas também nosso olhar sobre o presente e o futuro.

Estou certo de que, ao explorar as páginas desta obra, você encontrará não apenas uma análise histórica, mas um convite para repensar os caminhos da fé e da opressão religiosa. Acompanhe-me no blog e nas redes sociais — @aquitemtextos — para saber mais sobre os eventos de lançamento e as oportunidades de diálogo que preparamos especialmente para este momento tão significativo.

Sejam todos muito bem-vindos a esta nova edição

Escrever com alma, coração e razão.

Algumas pessoas me perguntam: “Como você escreve?”

Escrever é mais do que organizar palavras em uma sequência lógica. Para alguns, é um ofício técnico, uma arte meticulosa de combinar letras e construir frases bem elaboradas. Para outros, como eu, escrever é um ato de existir. É traduzir a alma, desdobrar o coração e dar voz à mente.

Minha escrita não nasce do vazio. Ela brota das dores silenciadas, dos sorrisos esquecidos, dos gritos contidos e das lágrimas que aprenderam a se esconder atrás de olhares distantes. Cada palavra que escolho carrega não apenas um significado, mas uma história, um resquício de humanidade, um toque de transcendência.

Não escrevo para simplesmente informar; escrevo para sentir e fazer sentir. Meu texto não pede licença para entrar no leitor — ele se derrama, ocupa os espaços, ressoa nas entrelinhas do que não foi dito. É uma escrita que busca não apenas tocar, mas transformar.

Gosto de metáforas porque elas dizem o que as palavras literais não conseguem. Falam da vida como um rio que escorre entre os dedos, da dor como uma semente que insiste em florescer mesmo em solo árido, do amor como um fogo que queima sem consumir. A linguagem poética não é enfeite, mas a essência daquilo que quero comunicar.

Além disso, minha escrita tem um compromisso com a autenticidade. Não escrevo para agradar, mas para revelar. Não moldo histórias para que sejam confortáveis, mas para que sejam reais. E, em meio a essa verdade, há sempre um olhar para o sagrado. O divino está presente, não como um conceito distante, mas como uma presença que habita cada linha, cada pausa, cada respiro.

Se escrevo sobre mulheres da Bíblia, não as vejo como meros coadjuvantes de histórias maiores, mas como protagonistas de suas próprias narrativas. Se escrevo sobre autoconhecimento, não apresento respostas prontas, mas caminhos que precisam ser percorridos. Se falo de amizade, não me atenho às convenções, mas ao que pulsa de mais genuíno nessa relação humana.

Mas voltemos à pergunta original. “Como você escreve?”

Quando eu escrevo, procuro fazer um mergulho dentro de mim mesmo. Quando faço isso, busco enxergar, como num espelho, as emoções e pensamentos que, muitas vezes, se escondem no silêncio do coração.

Não se trata apenas de construir frases, mas de criar um universo onde o que penso e sinto, se em um diálogo. Procuro escolher as palavras que são como um cuidado de quem lapida uma joia a fim de torná-la cada vez melhor.

Escrevo a partir de dores, sorrisos, vitórias, frustrações, enfim, é um ato de existência, de tradução da vida, onde concilio metáforas, Minha escrita nasce de um espaço íntimo e revelador, onde as dores e os sorrisos se entre metáfora, pausa, procurando carregar a marca de um sentimento que acredito que deva ser lembrado. Não escrevo para simplesmente informar, mas para provocar um despertar, para fazer o leitor sentir a pulsação de uma vida vivida intensamente.

Falando um pouco de técnica, eu procuro não restringir meus textos à emoção pura. Procuro utilizar ferramentas e técnicas na construção do texto. Algumas dessas técnicas, que se tornaram quase que uma extensão de mim, são:

  • Introspecção: Reservo momentos de silêncio e reflexão para mergulhar no íntimo de minhas experiências. Essa prática permite que a escrita seja autêntica, conectando o real com o imaginário.
  • Uso de Metáforas: Na vida, estamos sempre fazendo algum tipo de comparação que nos ajuda a entender certos temas. Através de imagens poéticas, procuro transformar o comum em extraordinário. Procuro escolher metáforas que evoquem sentimentos que palavras literais jamais alcançariam.
  • Estruturação Ritmada: Prezo pela cadência do texto, fazendo com que a alternância entre momentos de tensão e calma cria um ritmo que envolve o leitor.
  • Revisão e Reescrita Conscientes: A cada nova versão, o texto se transforma, ganha novas camadas de significado e profundidade. A cada nova leitura, procuro reavaliar as palavras, e, se necessário, modificar de modo que o texto final se torne um reflexo genuíno do que quero transmitir. Sei que no momento da leitura feita pelo leitor, um novo texto emergirá do meu texto.
  • Escrever, escrever, escrever: O que quero dizer aqui, é que a primeira escrita não pode estar amarrada a detalhes do tipo “está certo?” ou “Aqui cabe um parágrafo ou continuo?” As regras gramaticais devem ser vistas por último ou você terá que fazer uma escolha entre escrever ou corrigir.

Mesmo utilizando técnicas, a escrita é, antes de tudo, uma arte de se desvelar, permitindo que a alma dialogue com a técnica, a fim de encontrar em cada palavra uma semente de transformação daquilo que está dentro de mim para aquilo que irá para o texto.

No fim de tudo, o resumo da minha escrita é que ela é feita de alma, coração e mente.

E, se ela encontrar eco em você, então já cumpriu seu propósito.

Aprenda a ser você

Uma jornada rumo ao autoconhecimento.

Em um mundo acelerado e exigente, perdemos muitas vezes o foco do nosso próprio cuidado. E se lhe dissessem que o segredo para ajudar os outros começa por ajudar a si mesmo? Quem cuida de você, quando sua tarefa é cuidar do outro? Quem te ouvirá, após você ouvir muitas pessoas?

Este livro é um convite para uma jornada de autodescoberta, autocuidado e equilíbrio. As experiências compartilhadas aqui são profundas e pessoais, abrangendo a vida cotidiana, servindo de reflexão e direcionamento rumo ao autocuidado genuíno.

Descubra como enfrentar suas próprias tempestades emocionais, mantendo sua luz interior acesa. Aprenda a estabelecer limites saudáveis, sem perder a empatia.

Refletir sobre o que de fato importa é uma das propostas deste livro. Desvende como o autocuidado e o autoconhecimento podem ser forças poderosas de transformação, tanto para você quanto para o mundo ao seu redor.

Embarque nesta jornada que te levará a uma compreensão mais profunda de si mesmo, de como cuidar de sua própria alma e, assim, iluminar o caminho para aqueles que te rodeiam.

É hora de descobrir o verdadeiro significado de aprender a ser você.

Freud, Além da Alma: Reflexões sobre a contribuição do filme na formação teológica.

1 – Introdução

    O presente trabalho trata-se da identificação no conteúdo do filme “Freud Além da Alma”, exibido em sala de aula, da matéria Introdução à Psicologia, e tem por objetivo fazer Reflexões sobre a contribuição do filme na formação teológica.

    A metodologia utilizada foi a de análise do referido filme, anotação de dados principais que ajudaram na composição do presente trabalho aliados a minha vivência no contexto da igreja local, atuando em áreas de liderança da igreja. As dificuldades encontradas no presente trabalho devem-se ao fato de toda a história do filme ter se passado em uma época distanciada da realidade atual no que se refere ao tempo e ao ambiente de outro continente e pais. Evidentemente as percepções encontradas no presente trabalho não esgotarão de maneira alguma todas as nuances passíveis de serem encontradas no filme assim como na história a cerca da Psicologia, de Freud, da Psicanálise e da formação de um Teólogo.

 2 – A observação

    No que ser refere à observação dos fatos ocorridos, o que pode ser visto no filme “Freud: além da alma” é que há um interesse muito grande por parte de Freud por entender o que se passa no cotidiano das pessoas, e somente a partir dessa leitura do cotidiano, traçar uma forma de solucionar as dificuldades geradas na vida das pessoas que estão relacionadas com ele.

    Esta observação é sempre de forma a tentar entender a pessoa como ela é sem enquadrar a pessoa em algum estereótipo. A observação é feita a partir das experiências da própria pessoa, de forma que os resultados da observação relacionam-se com esta experiência. Sempre que possível, a experiência da pessoa, seja ela positiva ou negativa, é o motor para a observação e para a análise por parte de Freud, fazendo com que ele perceba a pessoa como ela é em sua essência.

    Os traumas psicológicos são tratados do ponto de vista da pessoa traumatizada, e independente de quais sejam os motivos, Freud procura buscar nos traumas a solução para os problemas de quem passou por eles.

    A postura de Freud é de alguém que observa, analisa, questiona, teoriza e finalmente trata o traumatizado, sem questionar se o que ele passa é certo ou errado, positivo ou negativo, relacionando o que se observa com as pessoas observadas e o contexto social desta pessoa. Isto sinaliza para o fato de que a formação Teológica deve encarar e vivenciar estes caminhos. Despindo-se de conceitos pré-estabelecidos, abandonando alguns dogmas, mais precisamente os mais modernos, o Teólogo deve encarar o ser humano com todas as suas complexidades e particularidades. Tal como Freud enxergava, o Teólogo deve enxergar além do que está patente aos olhos. Ele deve tentar rebuscar no interior da pessoa os elementos necessários para que se processe a melhora dessa pessoa, seja no nível físico ou no nível espiritual.

    Qualquer tentativa do Teólogo de olhar para uma pessoa e já expressar julgamento a respeito do que ela passa, sem que uma observação acurada seja realizada, poderá induzi-lo a encontrar posicionamentos onde a primeira impressão é: “os problema não é tão grande quanto se apresenta.” É preciso que o Teólogo entenda que a complexidade de um problema é real para quem vive o problema, mesmo para outras pessoas seja de fácil solução.

    Há um posicionamento de Freud em querer pesquisar profundamente todas as situações que envolvem a pessoa em seus problemas, investindo tempo para a percepção da pessoa em sua totalidade, analisando os fatos presentes e pesquisando no passado da pessoa algo que possa ter contribuído para o seu estado atual. É um trabalho meticuloso, detalhista, onde o esforço para se alcançar resultados se torna em muitos momentos maior que sua necessidade se afirmar como cientista pesquisador. Neste ponto de vista, podemos entender o Teólogo como aquele que está disposto a experienciar, pesquisar, desvendar, elucidar todos os tipos de dúvidas sejam elas existentes num grupo de pessoas ou até mesmo em uma pessoa isolada, tirando-os da escuridão da ignorância e colocando-as em posição do saber e da iluminação.

 3 – Aplicabilidades da observação em sua própria vida

    Freud começa a observar seus pacientes e os pacientes do Dr. Breuer, mas em dado momento ele percebe que o que o faz observar seus pacientes é também o motor da sua auto-observação. Da análise dos dados coletados em seus pacientes, Freud se auto-examina, se auto-observa, se auto-determina como pessoa com doenças de fundo psicológico e por fim se auto-trata e cura. Nessa perspectiva, podemos entender que o Teólogo precisa ser atingido por aquilo que é fonte de suas observações. Não basta somente observar pessoas e lidar com elas de modo que elas sejam alcançadas, é preciso que ele próprio seja alcançado por seus próprios ensinamentos e métodos, de forma que o que ele possa passar aos outros tenha primeiro um efeito nele mesmo como pessoa.

    Ao se defrontar com a própria incapacidade de solucionar alguns problemas, Freud se vê na necessidade de reflexão acerca deles e percebe a necessidade de teorizar sobre sua própria experiência. Ao teorizar sobre sua própria experiência, Freud consegue entender melhor a experiência de outras pessoas, pois consegue ter parâmetros de comparação entre o que viveu e o que a outra pessoa viveu ou vive. Nesse processo de troca de experiência, ele encontra parâmetros para definir causas de problemas relacionados com sua mente que antes estavam encobertos. A descoberta da causa desses problemas passa a ser fundamental para que os mesmos sejam solucionados, e a partir do momento em que ele consegue trazer pra sua realidade esses parâmetros, ele consegue entender melhor o que acontece com seus pacientes. Os instrumentos teóricos que o Teólogo adquire na sua formação teológica serão de grande valia, entretanto, os efeitos mais contundentes se darão na medida em que ele possa aplicar essas ferramentas na percepção da sua própria natureza, problemas, conflitos, enfim, no seu próprio ser. Foi da observação da sua própria vida, seu relacionamento afetivo com a mãe em contraposição ao relacionamento repulsivo do pai, que ele conseguiu teorizar acerca do complexo de Édipo e isso não teria acontecido com tanta eficácia se ele não tivesse a oportunidade da aplicabilidade em sua própria vida. Como Freud, o Teólogo deve sair do momento do crer por crer e passar ao um momento em que esse crer é reflexo da vivência do que se é crido e buscado entender.

 4 – Enfrentamento do antagonismo 

    Na sua caminhada cientifica, Freud encontrou diversos obstáculos desde seu mentor na instituição médica, seus pares de profissão e até mesmo seu mentor na hipnose. Há um momento em que ele se vê completamente sozinho, tendo que enfrentar todas as contrariedades acerca daquilo que ele acreditava ser a verdade para suas indagações a cerca do ser humano. Quando ele tem definido sua Teoria, ele se vê impelido por sua convicção a demonstrar diante de uma platéia tudo aquilo que ele vivenciou e teorizou. O enfrentamento na perspectiva de Freud era quase que uma luta sem chance de vitória, tendo em vista que nem mesmo seu amigo mais próximo, Breuer acreditava como ele acreditava. Mesmo assim, ele reúne argumentos e forças para colocar à mostra todo seu trabalho de campo, pesquisa, vivência, diante dos médicos e professores, de forma que o que importava pra ele não era receber louros de vitória, mas simplesmente contribuir para que, através de seus estudos fosse possível tratar do ser humano de forma a que suas dores, frustrações, psicoses fossem eliminadas.

    O enfrentamento com aqueles que não criam na sua teoria, poderia causar um afastamento de todos e a perda poderia ser tão grande a ponto dele ser levado ao ostracismo e ser relegado a um plano inferior no rol de pesquisadores. O Teólogo é aquele que, tendo recebido ferramentas em sua formação, fará dessas ferramentas um meio racional para defender suas idéias. Sua determinação em defender idéias concretas e sensatas deverá ser maior do que o receio de ser lançado no esquecimento pela comunidade de fé e até mesmo pela comunidade acadêmica. A defesa de sua fé, não será somente defesa da fé por fé, sem explicação, mas será uma defesa com bases concretas, mostrando de forma organizada e experimentada o que define sua fé, qual a dimensão, e os porquês dela. A fé há de ser questionada e até mesmo antagonizada e criticada, sem, contudo fazer com que o Teólogo se intimide nos momentos em que for preciso argumentar a favor dela. É possível que até os mais íntimos do Teólogo apresentem momentos de descrença e de julgamento sobre o que o Teólogo fala e pensa, mas é preciso que o Teólogo entenda que uma vez criado um pensamento e, tendo esse pensamento base consistente, os mesmo deve ser defendido até o fim

 5 – Conclusão

    Muito se tem que aprender com os conceitos de Freud que se aplicariam totalmente a formação Teológica. Seus conceitos e sua luta para explicar seus conceitos podem fazer com que o teólogo veja que, apesar de todo antagonismo diante de determinadas posturas, sobretudo as bibliocentricas, a demanda e esforço para compreensão e para pratica da defesa será necessária, mesmo que, em muitos casos possa ser custoso, porém nunca infrutífero.

 6 – referências

    Freud (Freud, além da alma, no Brasil), filme norte-americano de 1962 dirigido por John Huston, com trilha sonora de Jerry Goldsmith, exibido em sala de aula do seminário Teológico Batista de Duque de Caxias.