Antes que comece a chuva de comentários sobre a entrevista do famoso pastor da prosperidade com a famosa apresentadora de TV, informo que nada do que for dito a mim, muda minha forma de ver os pastores que ajuntam milhões para si, sejam os 150 milhões de dólares ditos pela Forbes, ou os 6 milhões, dito pelo Malafaia.
De cara, o valor dito pelo referido pastor ja se torna uma contradição, tendo em vista que em uma entrevista a Monica Bergamo, do jornal A Folha de São Paulo, o próprio declarou que possui “nove imóveis, sendo a casa em que vive, num condomínio na zona oeste do Rio de Janeiro o mais valioso: “deve valer R$ 2,5 milhões”, “Os demais imóveis são apartamentos comprados para seus três filhos no valor de R$ 400 mil cada um, outros quatro comprados na planta no valor de R$ 450 mil e um apartamento em Boca Raton, na Flórida, avaliado em R$ 500 mil.”
Fico pensando no custo que é manter o condomínio de uma casa que está avaliada em 2,5 milhões. Penso também no custo que é manter uma casa em Boca Raton, no valor de 500 mil.
Se o pastor conseguir mostrar, provar que entre seus fiéis, não há ninguém morando em condições desumanas, em áreas de risco, pagando aluguel, não tendo uma alimentação inadequada, eu considero que o dinheiro que ele diz ter como patrimônio é justo e digo mais, vou até ele e me ofereço para ser pastor da igreja dele e passo a pregar a Teologia da prosperidade.
Eu sei que vocês dirão que assim eu estou pegando pesado, pois é impossível que ele prove o que propus, e que isso é no mínimo uma brincadeira. Mas prestem bem atenção, quem começou a “brincadeira” foi ele, quando disse que SÓ tem uma casa de 2,5 milhões, três apartamentos de 400 mil, mais três de 450 mil, mais uma casa de meio milhão em Boca Raton, na Flórida.
Um pastor, que segue o modelo do caráter de Cristo, não suportaria ter uma carro do ano, se soubesse que em suas igrejas existem pessoas que passam por momentos onde não sabem o que comerão na próxima refeição.
Falar que não tem 150 milhões de dólares, mas que SÓ tem 6 milhões de reais, não faz a menor diferença para alguém que tem o compromisso de pregar o evangelho do Reino que tem como um dos princípios básicos libertar o povo da opressão do sistema vigente.
É uma vergonha que o evangelho, que deveria ser fator de mudança, libertação da opressão, seja utilizado hoje como uma forma de se tornar rico.
Considero ser este um dos meios possíveis de exercer meu direito de comunicação, independentemente de censura ou licença.
Finalizando, quero deixar um aviso aos que defendem o referido pastor que este blog é meu e eu escrevo aqui o que penso que seja importante escrever. Se vocês não gostarem, argumentem, troquem ideias, mas não queiram inflar a minha bolsa escrotal com jargões do tipo “não se deve falar contra o ungido do senhor” “o trabalhador é digno do seu salário” ou outras góspelices desse tipo formuladas a partir de textos utilizados sem perceber o seu contexto.
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