“…pediu-lhes cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, caso encontrasse alguns DO CAMINHO, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém” – Atos dos Apóstolos
Cia de Joel, Cia de João Batista, Geração Benjamim, Adoradores Extravagantes, levitas, Gaditas, os que têm a unção do riso, do leão, da águia, do homem, unção de nobreza, de Salomão, isso pra não falar do ano de Isaque, de Gideão, e outros tantos. Enfim, há uma infinidade de nomes e termos, muitas vezes sem significado prático algum.
Mas o que tem isso a ver com o “crentes turbinados” do título? Explico.
Semelhantemente ao que a mídia impõe hoje em dia como padrão de mulher fisicamente perfeita, ultimamente tem surgido no meio evangélico um “padrão” de crente perfeito. Não corram pra suas bíblias agora para conferir esse “padrão”, pois ele não está lá. Este padrão surgiu ao longo das últimas décadas, da mente de pessoas doentes e megalomaníacas e que nos últimos quatro ou cinco anos tem plantado raízes no meio evangélico.
Há uma discriminação preconceituosa pairando sobre aqueles que se negam a participar desse evangelho falso, hipócrita e egoísta.
Você não foi ao encontro? Não tem a unção do Riso? Não tem a unção de Gadita, ou a unção de nobreza? Não participa do ano de Isaque? Lamento muito, mas você não é um crente turbinado. Não está na moda. Não é um crente seguro. Tal como a mulher da televisão, que se sente segura por ter colocado uma enorme prótese de silicone, se você não tem esse silicone espiritual, você não é nada. Fique na moda! Encha-se de próteses espirituais. Mas lembre-se sempre: prótese é falsa e é pra quem nunca teve o verdadeiro, ou pra quem já teve e perdeu.
Esses megalomaníacos simplesmente não aceitam viver um evangelho simples onde nem os loucos erram o caminho, mas preferem dar uma complicadinha nas coisas, no intuito mal disfarçado de manter o povo na cegueira do modelo por eles estabelecido.
“… A unção do Gadita é a unção para a conquista e restauração de territórios…” diria um determinado pastor ensinando algo que fere frontalmente as Sagradas Escrituras. Não precisamos de nenhuma unção que nos garanta qualquer tipo de posse, conquista ou restauração, pois quando aceitamos o sacrifício de Jesus, e vivemos nossa vida em função da propagação de seu reino já temos garantias de receber recompensa. A diferença é que pra receber essa recompensa, não temos que nos apropriar de nada; nem territórios, nem títulos, nem unções, e sim perder, abdicar por vontade própria. “Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já no presente, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida eterna”.
A “Cia de João batista” supostamente tem a intenção de resgatar o ministério profético e o nazireado da antiga aliança. Faz-me pensar que o brado de Jesus na cruz “…está consumado” já não ecoa na igreja moderna como os brados restitui o que é meu, eu decreto, eu tomo posse. Esqueceram-se de que “havendo Deus outrora falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos nossos pais pelos profetas, hoje nos fala em Jesus, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
Segundo o que se pensa na “Geração de Benjamin”, “Você precisa saber quem você é, para entender o que deve fazer com sua vida”. Estou equivocado ou Paulo pensa um pouco diferente quando diz: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!”(?) Creio que Paulo é quem está certo. Dele, por Ele e para Ele e não EU saber quem EU sou para EU saber o que EU devo fazer com a MINHA vida. Totalmente contrário ao conceito bíblico de “…vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim”.
Não vou me alongar (ou perder meu tempo) explicando todas as visões, unções, anos e todas a sorte de besteirol pseudo-evangélico. Basta saber que para essas tais pessoas ter um desses títulos ou uma dessas “unções”, participar de um desses anos de “fulano” parece ser mais importante que ser aquilo que Jesus nos ensinou tão bem: SERVO.
Essas unções e títulos me fazem ver que ainda há uma sede muito grande de satisfazer algo que se tentou satisfazer ainda no Édem: o próprio ego humano.
Eu, particularmente, prefiro ser conhecido simplesmente como “OS DO CAMINHO”.
À Deus seja a glória.
3 comentários
Excelente texto.
Tomo a liberdade de difundí-lo junto ao meu grupo de discussão. Deus abençoe. =)
Estava navegando pela Internet e me deparei com este blog! Muito bom o texto!
Infelizmente as igrejas estão doentes, cada vez mais distantes do Evangelho puro e genuíno e, o que é pior, muitas vezes envergonhando-o. Às vezes penso que uma segunda Reforma deve ser realizada urgentemente.
Que Deus abençoe a sua vida!
Me identifiquei bastante com seu blog, tb tenho uma visão parecida com a sua. tenho um blog e uma comunidade no orkut chamados “Resgatando a Verdade”, espero que conheça.