O Chorão, a Graça e a festa da Graça.

    Um monte de gente me critica e me criticará após ler o que vou escrever.
Nas igrejas, vivemos dizendo que a salvação é pela Graça, que tudo é a Graça, que a Graça é algo que atinge a toda a humanidade.

    Mas o que fazemos de nossas pregações? Nós diminuímos a Graça, transformando-a em algo menor que o pecado.

     O texto bíblico diz que “onde abundou o pecado, superabundou a Graça”. Isso implica em dizer que a graça é sempre maior que o pecado.

     E o que nós fazemos dessa realidade bíblica? Transformamos em mentira. Primeiro, pensamos e pregamos que para ter acesso a Graça, é preciso ser cristão. Ora, se é assim, a Graça não é tão grande, pois o ser humano terá que nascer em um pais onde o cristianismo é difundido e aceito.

    Depois disso, para ter acesso a Graça, o ser humano deverá aceitar Jesus, confessando seus pecados, participando de uma classe de discípulos que ensina os dogmas da igreja, mas passa longe no ensino do que é ser discípulo, para no fim de tudo passar por um rito de iniciação que chamamos de batismo. Cumprido todos esses requisitos, ai sim, o ser humano tem acesso a Graça.

    Desta forma, o pecado, a regionalidade da religião, os ensinos dogmáticos e o rito de iniciação são maiores que a Graça.

    Se me perguntarem se o chorão vai pro céu ou pro inferno, eu direi: quem sou eu para julgar? Quem sou eu que, não sendo dono do céu, teria o poder de dizer: “esse entra, esse não entra”?

    Acredito que se a semente foi plantada, existe um Deus atemporal, que ignora segundos, horas, dias, anos, pois para ele um dia é como mil anos e um ano como mil dias.

    Acredito que esse mesmo Deus, gerador da Graça, tem todo o poder para fazer o ultimo segundo anterior a morte do chorão e de todos os outros demorarem o tempo suficiente para que ele, como Deus e Pai, possa dizer: “Deixe de ser o chorão e venha rir e gargalhar na festa da Graça que está preparada”

    Se quiserem jogar pedra, não me importo, pois a Graça é maior que isso também.