Profissionalização do Louvor: a receita para a crise.

Nada é tão discutido e tão discutível nas nossas comunidades como o chamado “ministério de louvor”. Há uma profissionalização do termo louvor e isto é preocupante. Adoração à Deus é algo tão importante que não deve ser tratado como um objeto de troca. Em algumas comunidades, o líder de louvor tem mais espaço na celebração do que qualquer outra pessoa.

Considerando que cada povo tem seu idioma, podemos entender que a adoração é o idioma falado por aqueles que fazem parte do Reino de Deus. Nesse sentido, nós brasileiros falamos o idioma chamado português e não precisamos de nenhuma pessoa para sempre dizer a forma pela qual devemos falar. Falamos por prática e por imitação. Por que, então, precisamos de uma pessoa que nos determine: fale o idioma do reino dessa forma, ou adore dessa forma.

Já no novo nascimento experimentamos uma característica que acompanha quem nasceu de novo: amamos e louvamos a Deus, independente até da idéia que fazemos dele. A medida em que crescemos espiritualmente, experimentamos uma dimensão mais sólida da adoração. Passamos de uma adoração assemelhada com aquela contemplação que temos dos nossos pais, quando somos crianças,para uma adoração mais profunda, “adulta”. Acho que Paulo quis dizer um pouco disso quando falou sobre a forma de prestar culto a Deus. Crianças precisam ser conduzidas de um ponto a outro por uma pessoa mais experiente. Adultos caminham sozinhos. Sendo assim, qual é realmente o papel de um ministro de louvor, se já sabemos caminhar/adorar como adultos?

Vivemos um momento na história da igreja muito parecido com o momento do jovem rico dos tempos de Jesus. Sabemos tudo sobre a nossa religião. Somos grandes religiosos, mas quando se trata de uma entrega, de uma adoração incondicional, falta-nos alguma coisa. E exatamente como o jovem rico, compreendemos o que falta, mas não queremos admitir essa falta e não seguimos o mestre da forma que ele propõe. Parafraseando Cristo poderíamos dizer que sabemos que não precisamos de muletas de adoração, mas não temos coragem de caminhar sem elas. Acabamos, então, por confundir tradição com adoração.

Essa adoração fabricada por ministros de louvor, “aleija” nossas comunidades no sentido em que temos que estar sempre na última moda da adoração. Joguem-se no chão, se esta for a moda. Pulem 2 metros de altura, se esta for a moda. Gargalhem sem parar se esta for a moda. Siga a moda, mesmo que isso signifique prestar uma adoração “aleijada”

Nossa adoração está em crise e continuará assim até que entendamos que não temos a menor necessidade de um condutor de louvores para fazer com que nosso ser dedique à Deus aquilo que lhe é devido. Deus e mais ninguém é a razão de nossa adoração.

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